sábado, junho 21, 2014

Que copa é essa, meu irmão???

Considero-me, no máximo, um aficionado sazonal por futebol, dedicando a ele minha atenção integral somente a cada quatro anos. Nas copas, assisto a todos os jogos, analiso todos os resultados e acompanho todos os debates sobre as partidas.

O que me inspira esta manifestação é a dissolução da mística de invencibilidade que envolve as grandes potências futebolísticas. E, pelo menos nesse quesito, a Copa do Brasil está sendo triunfal. É uma copa de gigantes cambaleantes.

Não que tropecem eles em suas próprias pernas, combalidas por suas eventuais fraquezas. Cambaleiam, isto sim, pela surpreendente força dos pequenos.
Se dos duelos entre os gigantes poderiam ser esperados resultados incertos, o mesmo não se poderia dizer de seus confrontos com os times de menos notoriedade. A certeza da vitória parecia ser apenas uma questão de tempo. De 90 minutos, mais precisamente.

Pois é: parecia.

O inesperado sacode levado pela campeã Espanha só não arregalou mais os olhos porque fora abatida pela sempre forte (embora nunca campeã) Holanda. Mas o seu sepultamento veio com a derrota de 2x0 para o Chile, que fez os súditos do novo rei já deixarem prontas as mochilas para voltar pra casa.

Maior impacto talvez tenha tido o chocolate alemão servido aos portugueses, detentores do que para eles era a joia da coroa: o melhor jogador do mundo na atualidade – Cristiano Ronaldo, o R7. 
Novamente, porém, era um duelo de gigantes. Entre gigantes.

Mas eis que, correndo por fora – por fora mesmo –, no batizado Grupo da Morte, a Costa Rica aplica uma surra na seleção duas vezes campeã mundial: Uruguai. O passeio de 3 x 1 sobre o adversário teria sido certamente comparado à sorte de principiante (embora não seja sua primeira copa) não fosse uma segunda vitória, contra mais uma campeã (aliás, tetra-campeã) mundial: a Itália. Vitória por 1x0. Magra? Sim, se se tratasse de uma favorita do torneio. Não, quando se leva em consideração a assimetria de tradição e condições de investimento no esporte que marca os dois países.

E a força dos pequenos continuou sendo a tônica deste primeiro momento da Copa. Portadora do maior gênio contemporâneo do futebol, a Argentina amargaria um constrangedor empate em 0x0 com o Irã (sim, o país dos aiatolás) não fosse a resistência, confiança, coragem e ousadia de seu trunfo máximo, Messi, que só desvirginou o placar na prorrogação da partida.

No mesmo dia, a potência alemã, sempre temida pela força, técnica e objetividade, se viu desnorteada ante o atrevimento africano de um país cujo nome corresponde ao adjetivo: Gana. Embora não tenha saído vencedora da partida, a seleção de Asamoah Gyan & cia segurou um empate (depois de estar à frente do placar) que é, proporcionalmente, uma vitória acachapante.

Portanto, que fique o Brasil com as barbas de molho. O 0x0 com o México é um sinal de alerta que se acende para todos os favoritos. Ainda que a equipe mexicana esteja longe de ser um adversário desprezível, sua resistência contra a seleção canarinho deixa claro que, pelo menos nessa copa, as camisas estão pesando menos que a força de vontade. 

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