quarta-feira, setembro 26, 2007

Tudo

Passou rapidamente diante do espelho, mas sentiu-se compelido a voltar. Vibrou dentro de si uma incontrolável necessidade de olhar os próprios olhos. De olhar o próprio olhar. Gostou do que viu e muito mais do que sentiu. Percebeu ter deixado para trás parte do que houvera de ruim. Apenas parte, já que é impossível ao ser humano desapegar-se definitivamente daquilo que lhe faz sofrer. Mas o que restara já se aproximava da medida ideal para uma sobrevivência tranqüila. Sorriu discretamente. Só o suficiente para lembrar a si próprio que ninguém era melhor para ele do que ele mesmo.

2 comentários:

Celia disse...

Em tudo há algo de belo, não é mesmo? Até quando sofremos, algo de belo nasce do sofrer - a maturidade!
Quem acompanha o seu blog, como eu, percebe as fases do seu viver, sofrer, crescer.
Um abraço amigo

criminal disse...

esse é um post bem à la criminal :)