sexta-feira, abril 14, 2006

Auto-inclusão digital

Enfim, eu vou, aos poucos, deixando pra trás os meus dias de excluído digital. Tá bem, claro que ainda continuo praticamente um semi-analfa em meio aos mistérios da informática, mas dei o primeiro passo para reverter essa história e satisfazer um pouco o meu instinto consumista — sempre tão reprimido no meu eu. Resumindo: comprei um notebook! E sofri para fazê-lo. O primeiro sofrimento, claro, referiu-se ao fato de ter de gastar dinheiro — de longe, a maior dificuldade que tenho na vida. Não por avareza (apesar de os mais íntimos classificarem-me de sovina), mas porque o troço é caro mesmo. Em conseqüência disso, veio o segundo sofrimento: pesquisar preços. Quem mora aqui em Brasília sabe que tudo custa os olhos da cara (e, às vezes, outros). Por isso, na hora de comprar artigos dessa natureza, o destino dos despossúidos como eu é invariavelmente a "Feira dos Importados" — eufemismo politicamente correto para referir-se à "Feira do Paraguai".
Dediquei dias e mais dias das minhas férias à tarefa de pesquisar marcas, processadores, configurações, vantagens, preços e, claro, descontos. Nada muito animador. Cinco shoppings e dezenas de barracas da feira depois, ainda continuava sem o meu bichinho.
Mas o maior sofrimento MESMO foi aprender sobre tudo num curto espaço de tempo. Expressões como "memória RAM" e coisas afins são tão estranhas ao meu mundo quando o Mandarim o é para um índio lá dos confins amazonenses. Mas surpreendi-me comigo mesmo. Logo, logo fiquei sabendo o que eram essas coisas e, o mais importante, a par das minhas reais necessidades para o produto pretendido. Ou seja, nada de muito sofisticado. Algo simples, mas com facilidades como internet sem fio (ou wireless, para os amantes da língua de Charles).
Já estava quase desistindo quando, numa inesperada ida ao Wal Mart, encontrei uma daquelas "promoções-relâmpago". A mesma configuração do que eu vira em outros lugares, uma marca boa e com todos os recursos para atender as minhas necessidades. O melhor: dividido em 12 vezes sem juros!!! Imperdível. Respirei fundo, consultei meus orixás e coloquei o bicho no carrinho.
Mas não pense que sou desses que só faltam dormir abraçados com o equipamento ou que viram a noite brincando com ele. A aquisição teve o propósito de atender a necessidades profissionais e, claro, particulares. Viajo muito e nem sempre os hotéis disponibilizam máquinas para os hóspedes, o que atrapalha e muito minha labuta. Em casa, a única máquina é dividida por duas pessoas. Como nós dois estamos fazendo pós-graduação, os embates são inevitáveis.
Confesso, porém, que ando meio insuportável (se é que o advérbio "meio" se aplica a tal adjetivo). Por isso, vou deixá-los e curtir a minha máquina.

Nenhum comentário: