segunda-feira, agosto 08, 2005

De volta à infância

O fim de semana foi marcado pelo regresso aos bons tempos da infância. Como na sexta-feira foi aniversário da Vivi, tiramos esse dia de folga e passamos três dias num resort chamado Pousadado Rio Quente, um paraíso de águas mornas a uns 300 quilômetros daqui de Brasília.
Ficamos na dúvida entre ir pra lá ou para a Chapada dos Veadeiros, um destino mais perto de nossa casa e famoso pelas deslumbrantes cachoeiras. Ideal para quem quer tranqüilidade. Mas, como estávamos em três — a mãe da Viviane está passando uns dias conosco — decidimos por algo mais agitado. Afinal, das outras vezes sempre fomos para redutos de paz. Queríamos diversão. E tivemos. E muito. Deixamos o Lupi com a madrinha dele, a Jane, e seguimos pro tal resort. Show de bola!
O lugar tem tantas piscinas que perdi as contas de quantas são. O melhor é que, como já disse, são todas de águas quentinhas (e corrente). Muito verde e uma infinidade de atividades para realizar. De quebra, ainda tem um parque aquático de proporções faraônicas. As maiores atrações, claro, são aquelas responsáveis por descargas desmedidas de adrenalina.
Como sou um frouxo assumido quando o assunto é altura, senti um certo tremor nas pernas quando decidimos nos jogar dos toboáguas. Alguns deles, pra você ter idéia, têm mais de cem metros de altura. É um passeio de alguns segundos, mas que causam arrepios ininterruptos durante a descida. O primeiro em que nos arriscamos a ir foi um terror. Diferentemente dos outros aos quais eu já tinha ido, esse era troço totalmente fechado. Uma escuridão assustadora. E você, dentro daquele tudo gigante, sendo jogado pra tudo quanto é lado sem saber quê está batendo. Mas era muito legal. Depois de algumas vezes, a pessoa se acostuma e apenas se diverte.
Mas, minha gente, tem um brinquedo lá que é um absurdo. Uma invenção do capeta, feita pra gente louca. Trata-se de uma espécie de half pipe gigante. Pra quem não sabe o que é, half pipe é aquela pista de skate, com formato parecido com um “U”. Mas esse brinquedo é muito mais sinistro. As paredes são muito, mas muito mais altas que as de um half pipe e, pra piorar, muito mais íngremes. A sensação de quem se arrisca a ir naquele “trem” (como dizem mineiros e goianos), deve ser a de que vai dar com a cara no chão ou de que será jogado a para fora do negócio.
Funciona assim: duas pessoas, sentadas numa bóia de dupla, são jogadas lá do alto. Descem o paredão vertical na velocidade da luz e, no embalo, sobem a outra parede, descendo geralmente de costas. Enquanto durar o embalo, os loucos ficam pra lá e pra cá. Sinceramente, não sei o que passa na cabeça de alguém que cria tal invento. Mas o que eu não sei mesmo é o que leva alguém a se jogar naquele troço.
Não preciso dizer que não fui, né? Pois é. Mas a Viviane foi. E duas vezes. Achou pouco o meu mico? Pois saiba que a mãe dela também foi. E também duas vezes. As duas tentaram, por várias vezes, me convencer a ir. “Deus me defenda de tamanha desgraça. Vou não”, dizia eu. O medo era muito mais forte do que eu. Quando eu racionalizava a coisa, dava vontade de ir. Pensava: “Pó, Wagner. O troço é seguro, até criança vai. Poucas vezes na vida você tem chance de fazer isso”. Aí, destemido, eu dizia pra mim mesmo: “ok, eu vou”. Quando chegava perto do bicho, toda razão escorria pelo ralo e todos os argumentos que eu levantara viravam fumaça. No sábado à tarde, por exemplo, eu afirmei que iria. Almocei com a expectativa do desafio que me aguardava. Sabe o que aconteceu? Amarelei de novo. Fiquei tão nervoso que não conseguia digerir a comida. Todo o almoço e a sobremesa pareciam estar ali, intactos, em minha barriga, horas depois da refeição. Se eu desço naquele troço nessas situações, certamente teria vomitado tudo... eca! Bem, no mais, foi tudo legal.

3 comentários:

Anônimo disse...

Apesar de vc ter "amarelado" para o tal brinquedo, acho que já demonstrou um grande avanço em relação ao toboágua que descemos lá em Caldas Novas, não?
Um grande abraço, Jesuan

Anônimo disse...

Wagner, sou do seu time. Não me arrisco nessas aventuras não, sou super desastrada. Até numa simples trilha eu escorrego, me arranho, tenho palpitação... Imagina em alturas!! Deus me livre e guarde...
Lalá

Wagner Vasconcelos disse...

Que bom poder contar com a compreensão de vocês, amigos.
Abração,
Wagner