Tentei. Juro que tentei. Fiz das tripas coração. Desenterrei uma esperança sepultada desde que vim ao mundo, nos idos de 74. Por mais que as evidências insistissem em me provar o contrário, resolvi dar um crédito ao Brasil e acreditar que este país poderia, sim, mudar o seu próprio rumo. Mas reconheço: a esperança voltou pra tumba.
Não é só essa crise toda, deflagrada (em parte) por um Ali-Babá pseudo-regenerado, que me decepciona. Mas a nossa falta de memória e de senso crítico. Falta de memória porque ficamos assombrados com as denúncias e achamos que é a primeira vez que isso acontece, que é exclusividade da administração atual, e que o governo do PT tem procuração do Capeta para implantar aqui o seu “plano de governo”.
E falta de senso crítico porque não conseguimos — ou não queremos — enxergar o jogo e as ações pérfidas que se constroem para desestabilizar e execrar a primeira tentativa de se fazer um governo cujo foco exclusivo não seja os interesses das elites.
Mas também dou a mão à palmatória. Se alguém acha que há santos no governo (em qualquer governo), que tire o jegue da chuva. É fato que há um despreparo generalizado do governo para lidar com crises, mas, mais despreparo ainda, para lidar com a lama que atinge toda a política nacional.
O mais triste é que, no Brasil, o que está ruim tem a inesgotável capacidade de piorar.
quarta-feira, junho 22, 2005
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