quarta-feira, março 02, 2005

Dor de barriga. Que merda!!!

Seja sincero. Existe algo mais irritante, sofrível ou constrangedor do que dor de barriga? Tudo bem, você pode até dizer que existem coisas piores, mas, nesse exato momento, não consigo lembrar de nada que supere esse "aperreio intestinal" que me atormenta, entre idas e vindas, desde domingo.
O que é isso??? Escatologia no cronicando??? Não fique revoltado, amado leitor. Realmente relutei muito antes de relatar esse sofrimento aqui no meu blog. Mas, como adotei a política da sinceridade acima de tudo, e como tudo comigo vira palhaçada, resolvi ser franco até mesmo nesse momento de dor... (de barriga, especificamente). Além disso, não há terráqueo nenhum que nunca tenha passado por situações semelhantes, né?
Como eu já disse, isso começou no domingo. E o pior, durante uma prova de concurso público. Não, eu não estava nervoso. Até porque foi uma prova que fiz por fazer e para a qual não estudei absolutamente nada. Pois foi, minha gente. Lá pelo meio da prova, acho que umas 10h30, uma revolução nem tão silenciosa assim começou a se manifestar dentro do meu eu.
Sabe quando você está num lugar bem silencioso e a sua barriga dá um ronco indiscreto e indisfarçável? Foi assim que aconteceu. Preocupado em não tirar a concentração dos meus concorrentes, tentei, imediatamente, disfarçar o som com um tossido meio fajuto. Acho que funcionou. Das duas, uma: ou o pessoal não ouviu nada, ou ouviu e, por educação, nenhuma reação esboçou. Rezo para que tenha sido a primeira alternativa.
Rapaz, depois disso a revolução começou a ganhar força... Comecei a me contorcer na cadeira, percebendo que algo de errado estava acontecendo e que aquilo não seria nada agradável daquele momento em diante. Apoiei as minhas costas de forma diferente, cruzei e descruzei as pernas, respirei fundo várias vezes, tossi outras,... e rezei em algumas.
Prometi a mim mesmo ser bravo. Tudo, menos "aliviar a pressão" num banheiro que não seja o da minha própria casa! Ainda mais em se tratando de banheiro de universidade pública, onde a limpeza geralmente inexiste - como também inexistem os rolos de papel higiênico...
Ai, ai, ai. A tarefa estava sendo árdua. Como é que eu conseguiria me concentrar na porra da prova de informática (um bicho-papão pra mim) enquanto a revolução à qual me referi anteriormente ganhava mais e mais força no meu organismo?
Bem, mas aí vinham aqueles breves momentos de alívio. Era nessa hora que eu aproveitava para me concentrar na prova. Mas, de pouco adiantava. Dali a pouco a dor voltava... e dá-lhe contorções, inspirações, expirações, tosses, rezas.
Tudo bem. Decidi ir ao banheiro. Mas não para fazer o que vocês estão pensando. Pensei que uma caminhada, ainda que curta, fosse me fazer bem. Ao chegar lá — escoltado até a porta pela fiscal da sala — fui em direção à pia. Aí, chega um cidadão com um detector de metal, pedindo licença para fazer uma revista em mim, o chamado "baculejo" (como se diz na minha terra).
Caralho, só me faltava essa! Eu, me cagando (perdõem a baixessa do termo, mas é o mais preciso) e esse louco querendo fazer revista?!! "Vai logo, porra!", gritei em pensamento. "Só não aperta é a barriga", pensei em alertar, pois não me responsabilizaria pelo resultado.
Etapa superada. Joguei muita água no rosto. Eu sei que isso não tem nenhuma relação com "aquilo", mas, pelo menos, trazia uma sensação de alívio para alguém que estava decidido a não fazer ali nada além de um sereno xixizinho.
Voltei para a sala, recebi um sorriso simpático da fiscal e sentei na cadeira.
O sofrimento recomeçou. Ê, cacete! contorce daqui, contorce dali, espirra, tosse, levanta a cabeça, pensa na Guerra de Secessão... tudo para distrair a mente — e o intestino também, óbvio. Em resumo, sofri até o fim da prova. Saí da sala sem nem olhar ou cumprimentar ninguém. Cheguei à saída do pavilhão e me impediram de seguir em frente. "A saída está sendo pelo outro lado, senhor", me disse um cara com cara de bunda. Puta merda, já notou que nesses momentos de desespero tudo conspira contra você? Porra, o meu carro tava parado exatamente em frente ao local onde o cara-de-bunda estava sentado, mas precisei dar uma volta imensa para chegar lá. Entrei desesperado no carro, ainda tive lucidez para colocar o cinto e toquei pra casa. Nem liguei o som! Pra minha desilusão, o Eixão, única via onde se pode chegar a 80 km/h aqui em Brasília, estava fechado, como acontece em todos os domingos. Tive de me arrastar pela bosta da L2, a 60 km/h. Já notaram, também, que, nesses momentos, os percursos que você está acostumado a fazer parecem duplicar de tamanho??
Larguei o carro na garagem, corri pro elevador — de serviço, pois o social tinha acabado de subir (olha a conspiração aí de novo!!!). Sai correndo dele, com a chave na mão para abrir a porta. Dei de cara com uma mulher que descera do elevador social e estava indo exatamente para minha casa, conversar com a Vivi sobre uma estante da qual resolvemos nos desfazer. E eu, desesperado tentando colocar a chave na fechadura, mal respondi a mulher quando ela me perguntou: "Esse é o apartamento da Viviane, né?". "É, sim", limitei-me a dizer, quando, enfim, abri a porta e corri para o banheiro. Ainda bem que a Vivi estava na sala, pois só tive tempo de dizer. "Moreco, essa moça quer façar com você". Fui!!
Té pensando que acabou? Nada disso. Tem mais. Como nos mudamos para outro apartamento na segunda-feira, só ontem voltei ao trabalho. Já nem lembrava mais da dor de barriga, pois não sou muito dado a esse tipo de tormento. Dancei. Fui almoçar, como de praxe, com o pessoal daqui e, como também é de praxe, comi um chocolate depois, como sobremesa.
Pois bem. O Diamante Negro da sobremesa e a pizza de supermercado que eu havia comido na noite anterior devem ter se desentendido dentro da minha barriga e deflagaram nova resolução. "Ah, não. De novo, não", comecei a temer. De novo, sim. Pior. Estava apenas no comecinho da tarde. Muito longe, portanto, da hora de ir embora. Só que, dessa vez, foi pra valer. Não teve reza que desse jeito. Pela primeira vez na minha história, precisei rever os meus conceitos e ceder ao uso do banheiro do local de trabalho. Pensei em ir pra casa, mas estava sem o carro, e a vivi estava incomunicável numa reunião. Ir de ônibus, nem pensar. Quem leu um dos posts anteriores viu que isso seria pedir pra morrer. Pois é. Dirigi-me ao sacrossanto banheiro do trabalho. Certifiquei-me, antes, de que nenhuma testemunha me vira nele adentrando. A mesma precaução tomei ao sair dele. Ao todo, foram duas... duas... duas... "confissões", por assim dizer, na mesma tarde. Fiquei até sem forças. Hoje, ainda bem, a revolução parece ter sido esmagada.

3 comentários:

Anônimo disse...

Por precaução, tome Floratil! Ah, lendo seu texto lembrei-me de uma situação engraçada que ocorreu ontem aqui no trabalho. Uma "conhecida", digamos assim, devia estar tão apertada quanto você. Ela também deve ter tomado o cuidado de "inspecionar" a área antes de aliviar a pressão. Pois bem. Acontece que logo depois quem entra no banheiro?? Eu mesma. Menino, que situação! Que constrangimento! Fui fazer xixi e ouço os estouros da boiada. Até aí tudo bem. Pior foi o odor que quase me fez desmaiar e cair de cara no bocão. Gente, era insuportável! Apressei-me com medo de que uma terceira pessoa entrasse e pensasse que eu estava escorregando o Mandela. Pois bem. A tal "moça" também se apressou para não topar com ninguém e se livrar da culpa. Conclusão: nós duas nos encontramos na pia. Claro que eu sabia que ela era a responsável por tudo aquilo e ela também sabia que eu sabia. Bem, ela tentou disfarçar, conversou sobre outras coisas, mas a cara amarela não negava. É isso. O nome da criatura não digo nem sob tortura. Até, Vivi.

Anônimo disse...

Wagner, que situação!Rs...
Vc me fez lembrar do Micke..coitado.Vc imagina alguem passando mal, deste mesmo jeito que vc descreveu,durante horas e dentro do ônibus...sem ter pra aonde correr???Pois é! Ele se contorcia tanto..todo amarelo...quase não aguentando mais!Fomos os primeiros a correr pra fora do ônibus.Mas, ele, coitado..teve q encarar o banheiro da rodoviária!!Será q ele ficou traumatizado?? Rs!!!!
beijo pra vc e Vivi!

Anônimo disse...

Olha nao sou muito de abrir minha vida intestinal pra desconhecidos, mas jah que todos estao fazendo, decidi abrir uma excecao e contar o meu ultimo aperreio. Moro na California e uma vez por ano vou visitar minha familia em Natal. Este ano tudo estava mais especial ainda, pois estaria viajando pela primeira vez em PRIMEIRA CLASSE, olha que chique. Bom, chegando em Sao Paulo me ofereceram outro voo pra chegar em Natal mais cedo, o que foi otimo, mas a boco da atendente, que me ofereceu o voo nao reconfirmou os outros trechos e perdi as minhas reservas. Mas isso tudo soh descobri no caminho de volta para os Estados Unidos, mais precisamente quando fui fazer o check in internacional em sampa. Descobri que nao tinha reserva, isso eram 7 da noite, e eu jah morrendo de fome. A briga com a VARIG, empresa que odiarei pra sempre durou 4 horas. Finalmente me colocaram num voo que ao inves de ir pra Los Angeles estava indo pra New York e de lah partiria pra Los Angeles, isso aumentou o meu tempo de voo em 5 horas e outras horas de espera. A ira tomou conta de mim, comecei a passar mal. Quando entrei no bendito aviao jah estava amarelo, querendo matar um. O resultado eh que nao consegui comer nada e revi meus conceitos de nao cagar em banheiro estranho, pois eh caguei simplesmente 12 vezes, entre Sao Paulo e New York e mais 4 no caminho pra Los Angeles. Ainda bem que estava na primeira classe e o banheiro era praticamente meu. ainda tive que cruzar a porra de uma rua no aeroporto de New York. Eu estava soh com camiseta e o frio estava de menos 17 celcius. Pense no frio, nas colicas, no medo de mais um pedacinho de papel higienico tomar a jah tao debilitada regiao. Fiquei tao mal, que quando estava esperando a bagagem, que por sinal nao veio e soh foi entregue as 4 da manha, eu tive que deitar no chao do aeroporto, esperando a bendita mala que nao vinha. Alguem jah passou por sufoco maior??