segunda-feira, setembro 07, 2009

O Hino Nacional e a gente

Como tem se tornado praxe, a internet ajudou a dar vulto, nos últimos dias, ao lamentável desempenho da cantora Vanusa ao executar o Hino Nacional na Assembléia Legislativa do estado de São Paulo. Claramente alterada por efeitos de medicamentos, a cantora desafinou barbaramente e cometeu inúmeros erros em relação à letra do Hino. Pronto. Logo surgiram estúpidas, porém reveladoras, reportagens de televisão sobre o desconhecimento do brasileiro em relação à obra de Duque Estrada.


O que mais me irritou em todas elas – além das absurdas baboseiras que os entrevistados proferiam diante do microfone quando convidados a cantar o hino – era uma espécie de cinismo e, até certo ponto, orgulho com tamanho desconhecimento.

Nunca serei defensor de práticas repressoras e pouco eficientes (como as que nos marcaram ao longo de 21 anos de ditadura militar) e achar correta a imposição às crianças do ato de cantar o Hino Nacional como uma espécie de mantra disciplinador. Sem conhecer a história do hino, as razões e o contexto de sua criação e, sobretudo, o que ele quer dizer, a prática torna-se um exercício de sala de aula meramente protocolar e desimportante.

Um povo que não conhece seu hino não conhece integralmente a si próprio, é verdade. Mas é mais do que isso: não respeita-se como povo e não respeita seu país como pátria. E sem conhecimento e sem respeito o povo assegura, apenas, a perpetuação de sua desgraça.

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