quarta-feira, janeiro 30, 2008

Enquanto isso, no futuro...

Diálogos que ouviremos em 2074.

- Mããaãe!!
- Que foi, filho?
- Sabe o Pedrinho, lá da minha sala?
- Sei. O que é que tem?
- Não posso mais andar com ele...
- Que conversa é essa, Joãozinho? Por que não?
- Ele é estranho, mãe. Descobrimos umas coisas sobre ele...
- Que coisas, filho?
- Mãe, você acredita que ele tem pai? E, o que é mais grave: ele sabe quem é o pai dele!!!
- Ah, filho. Coitado. Isso não o torna um esquisito.
- Como não, mãe?
- É que, antigamente, era comum os filhos terem e saberem quem eram os pais.
- Sério, mãe?
- Sério, filho. Nós, mulheres, costumávamos fazer amor com os homens e acabávamos gerando filhos. Os bancos de esperma eram apenas exceções, e não regra, como hoje.
- O que diabos é fazer amor, mãe?
- Transar, filho.
- Transar é o mesmo que trepar?
- É sim, moleque, mas olha esse linguajar!
- Tá, desculpe. Mas, por que vocês chamavam isso de fazer amor?
- É que a gente se apaixonava, namorava e transava. Claro que a ordem nem sempre era essa...
- Putz, demorava tudo isso pra trepar, ops, transar?
- Às vezes, sim, filho, às vezes não. No tempo da sua avó, demorava até uma semana. No meu tempo, até meia hora...
- Quer dizer que transar tinha significado, tipo: era mais do que apenas passar o tempo com a primeira pessoa que se encontra na rua???
- Era, sim. É que tinha de rolar um sentimento, sabe filho...
- Sei não, mãe. Ainda bem que só nasci agora.

Nenhum comentário: