segunda-feira, setembro 10, 2007

Mister Salad

Vida nova exige novas atitudes. E uma das principais é romper com velhos tabus - no meu caso, a cozinha. Quem acompanha as minhas desventuras por meio deste blog já percebeu que meus conhecimentos culinários são praticamente nulos – ou vexaminosos. Em textos publicados aqui, já confessei, por exemplo, ter comprado caqui em vez de tomate, confundir maracujá maduro com fruta velha e não enxergar a diferença entre farinha de trigo e qualquer outro tipo de farinha. A única habilidade que desenvolvi foi aprender a fazer bolo de chocolate na minha adolescência. Mas isso era legislar em causa própria, já que sou um chocólatra assumido.

Pois bem, no feriado passado, decidi que era hora de acabar com isso. Fui ao supermercado e tratei de comprar os ingredientes para a minha mais nova investida. Decidi iniciar com o que considero mais fácil – mas é claro que meu argumento será de que a opção foi por algo saudável: salada. Fui logo à seção mais complicada para mim: a das verduras e legumes.

Para não perder tempo (e nem o entusiasmo) tratei logo de pegar um pacote de alfaces lisa e crespa e cenoura cortada em tirinhas. Catei dois tomates (de verdade, e não caquis). Rodei pelo mercado em busca de outras iguarias para minha investida. Peguei azeitonas, peito de peru defumado, batata palha, molho de soja. Voltei pra casa ansioso e empolgado. Fui, aos poucos, distribuindo os ingredientes pela tigela de saladas. Devidamente lavadas, as verduras foram quase que matematicamente dispostas pela tigela só para, em seguida, serem anarquicamente acomodadas. Cortei em cubos o peito de peru defumado e o tomate. O mesmo fiz com as azeitonas, obviamente sem os caroços. Por fim, batata palha. Misturei tudo, joguei o molho shoyu e ... voila! Um delícia!

Não é lamber a cria. Ficou muito bom mesmo. Tanto que não resisti e comi tudo – de uma vez só! Pensei até que poderia dar dor de barriga, por causa do shoyu, mas, que nada. Fiquei foi mais empolgado. Como a arte fora feita no feriado, foi batizada de Salada 7 de Setembro, ou Salada da Liberdade – ainda estou decidindo sobre o melhor nome.

Bem, como gostei da experiência, decidi repeti-la ontem, domingo. Claro que mudei os ingredientes. Fui mais “ousado” dessa vez (lembrem-se de que sou apenas um iniciante – e bem confuso...). A opção foi por uma salada novamente. Dessa vez, os ingredientes foram: tomate seco, peito de peru defumado, milho verde, maçã, alfaces lisa e crespa, e cenoura em tiras. Para não causar nenhum problema pós-ingestão, não abusei do shoyu (que adoro) por causa do tomate seco. Mas despejei umas gotinhas, sim. Pessoal, a salada ficou melhor que a primeira. Uma delícia! Inenarrável, saborosa, indescritível, contagiante.

Para não dizer que deu tudo certo, um pequeno percalço marcou o preparo da referida iguaria: quando peguei a lata de milho verde, percebei que não tinha abridor de latas! Mas, criativo e determinado a não abrir mão de tão importante ingrediente, não contei conversa. Com uma chave-de-fenda numa mão e um martelo na outra, resolvi o problema em poucos minutos. Talvez os vizinhos não tenham gostado da barulheira que provoquei. Mas o esforço foi recompensado.

Claro que cheguei no trabalho e contei a todos sobre o meu sucesso. Fiz até fotos da salada com o celular. Incrível a reação das pessoas. Fui parabenizado e tudo mais. Claro que sei que é porque ninguém poderia imaginar que eu, logo eu, seria capaz de tamanha arte. Mas fui. E serei de outras. Aguardem.

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