quinta-feira, novembro 11, 2004

E o mundo perdeu Arafat...

Acho que Arafat era a minha última e infantil esperança de que existiam seres humanos imortais. Afinal, desde criança (sempre vidrado em telejornais) eu ouvia falar daquele cara que escapava de inúmeras tentativas de assassinato na luta pela construção de um estado pro seu povo. Sério. Ainda não me acostumei com a morte dele. Lembram quando ele conseguiu sobreviver à queda do avião em que viajava, no deserto da Líbia, devido a uma tempestade de areia? Acho que foi em 1992, não tenho certeza. É injusto, repito, que ele se vá sem ao menos ter visto chegarem a um estágio mais avançado os seus objetivos não só de consolidar o estado palestino, mas sobretudo o de, com isso, selar a paz no Oriente Médio. Aquele aperto de mão com o então primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin, em Washington, em 1994, fez a população mundial respirar aliviada, pensando que, enfim, chegavam ao fim os dias de aniquilação recíproca entre árabes e judeus. Ainda acredito no que Arafat disse num discurso proferido na ONU em 1974 — e que entrou para a história. Dizia ele que os palestinos tinham um fuzil numa mão e um ramo de oliveira (simbolizando a paz) na outra, e que só dependia de Israel qual das duas seria usada. Não acho que a tentativa de apaziguar os ânimos entre os dois povos seja mais fácil sem a presença de Arafat. O que será mais fácil, isso sim, é Israel impor à região uma solução que atenda única e exclusivamente as suas conveniências. Vamos ver o que é que o futuro nos reserva. Só sei de uma coisa: o mundo e as discussões sobre o Oriente Médio definitivamente ficarão muito esquisitos sem a figura de Yasser Arafat. Que Allah nos ajude!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Falou tudo!
Aliás, não depende somente de israel, mas também da vontade do senhor do mundo, Mr. Bush.
Ana Laura