segunda-feira, dezembro 12, 2005

Sobre cães...

Aviso: se você não gosta de cachorro, não dá a mínima para o tema e não está a fim de ler um texto provavelmente meloso, pare por aqui.

Descobri, com a chegada do Lupi, que os cachorros são — além de os prováveis melhores amigos do homem — elementos socializadores. Os donos de cachorros têm muito em comum. Os passeios com o Lupi por minha quadra aqui em Brasília têm deixado isso muito claro. Sempre encontro diversos outros donos com seus au-aus. Trocamos algumas palavras, que variam sempre de dicas sobre pet shops ou veterinários a traços de comportamento dos nossos bichos. Às vezes, esses papos se prolongam, enquanto nossos animais cheiram os fiofós uns dos outros. E aí vemos como os cachorros também podem nos trazer novos amigos. É verdade. Uma colega de trabalho, que tem nada menos que cinco cachorros em casa, é uma das minhas companhias preferidas. Além de sempre termos pontos de vista convergentes sobre diversos temas, ainda nutrimos a mesma admiração por nossos filhotes. Aí, pronto: temos papo pra horas e horas. Até conheci os pimpolhos dela que, diga-se de passagem, são exageradamente bonitos e dóceis (e imensos!!).
Bem, mas claro que os cachorros também fazem amigos. O Lupi, então, pode se candidatar a líder comunitário. Não pode ver um cachorro ao longo dos passeios que fica louco. Quer brincar com todos eles, principalmente com os maiores — mesmo aqueles que, impacientes com a energia do meu gordinho, lhe dão safanões sucessivos. Na hora de separa-los, é um sofrimento. Os outros até que nem ligam, mas o meu faz um escândalo. Se joga no chão, late, chora e até me morde, quando o pego no colo para ir embora. São assim, por exemplo, os encontros dele com o Fred, o Duque, a Kiki e o Xeique, alguns de seus "amigos" de quadra. Isso sem falar que esse safado adora criança e vai para todo mundo que lance a ele um olhar carinhoso. Aí, danou-se. Dá as patinhas, pede colo, fica todo derretido. Uma vez, atrapalhou o namoro de um casal porque a moça caiu no erro de dizer “olha que coisinha linda...”. Morto de vergonha, lutei pra tirá-lo de lá.

Adeus, Nick
Bem, eu estava devendo notícias sobre o Lupi neste espaço há algum tempo. Mas hoje quem vai merecer destaque especial é o Nick, poodle da minha sogra e que, infelizmente, nos deixou hoje. Ele subvertia, de forma impressionante, a máxima segundo a qual nós, humanos, somos seres superiores. Equívoco. O Nick era diferente — e não é porque se foi que digo isso. Jamais vi um cachorro tão inteligente, meigo e companheiro. Aliás, já vi, sim: Helga, uma cachorra que tivemos quando eu era criança (mas o tempo já apagou muito da memória sobre ela). O Nick era praticamente uma pessoa (e das melhores). Baseado na teoria da colega de trabalho à qual me referi anteriormente, calculo que ele ocupava o grau máximo de evolução da espécie e, se outras vidas realmente existirem, virá como gente nas próximas encarnações. Viveu até os 11 anos e tornou-se, claro, membro da família. Aliás, muito mais do que eu, que estou com a Vivi há apenas três anos. Mas ele me aceitou bem. Foi, inclusive, o responsável pela redescoberta do amor que eu sempre senti por cachorros e pela perda do medo de cães que passei a ter depois que o louco do King (Pastor Belga que também marcou minha infância) me tascou uma dentada traumática. Vocês podem imaginar que o dia hoje foi triste, e o choro foi inevitável. Na verdade, nem o fato de que ele deixou de sofrer serve tanto de consolo. Pelo menos por enquanto. O “Niquito”, como eu o chamava, vai deixar saudades, assim como deixou lições. Mas tenho certeza de que, do alto de sua sabedoria e do fundo de seu coração bom e puro, quer que guardemos dele as melhores e mais divertidas recordações. Como do dia em que ele, mesmo sendo pequenininho, espantou um ladrão que invadiu a casa de praia em que estávamos hospedados, no Rio Grande do Norte. Já não consigo mais escrever...o nó na garganta voltou. Até mais, Niquito!

2 comentários:

Anônimo disse...

Como Wagner contou, estamos muito tristes. Só quem gosta de cães sabe o que isso significa. O Nick esteve presente em vários momentos da minha vida. Recordo quando ele chegou lá em casa, pequenino, tão pequenino que carregava um sininho no pescoço para que ninguém pisasse nele. Nessa época, eu era comissária de vôo. Ficava tanto tempo fora de casa que minha mãe resolveu colocá-lo no meu lugar. Quando vi, morri de ciúme - rs. Depois fui me apaixonando por aquela bolinha de pêlos negros. Ele me visitou em Natal, veio para Brasília, enfim, esteve presente em muitos momentos inesquecíveis que vivi. Procurarei guardar apenas as boas recordações. Ainda bem que pintou uma viagem de trabalho na última hora e tive a chance de me despedir dele. Os que não gostam de cachorros que me perdoem, mas sou muito mais o Nick que uma porção de gente - tida racional - que se equilibra em duas pernas por aí. Viviane.

Anônimo disse...

Como o Wagner relatou (e muito bem, por sinal!), o NIck é um cachorro excepcional...muito companheiro carinhoso. Eu sempre digo a Vivi q ele parece gente, de tao esperrto!!Ah,nao conjugo o passado nestes casos.
Acho q a Vivi tinha ciumes qdo ia pra casa dela e adorava ficar com o Nick!rss!
Ele deixa saudades, mas o reencontro é coisa certa, wagner e Vivi!
beijos!