quarta-feira, janeiro 19, 2005

O aniversário da minha sogra

Hoje é o aniversário da minha sogra, e eu e a Vivi reservamos a ela uma pequena surpresa na hora do almoço. Saímos do trabalho para buscar a torna de chocolate com banana que encomendamos com antecedência. Mas a pretensão de achar que já sabemos nos movimentar com total desenvoltura dentro de Brasília nos fez perder um tempão (e alguns dos poucos neurônios que nos restam).
Orgulhosa por ter em suas mãos um mapa indicando o local, a Vivi não quis nem se dar ao trabalho de pegar o endereço completo da loja. Foi logo dizendo que era no Sudoeste e que sabia direitinho como chegar lá. Tudo bem, diante de toda aquela veemência só me restou acreditar. Saímos do BigMEC e pegamos o Eixo Monumental. “Você vai contornar por trás do Memorial JK, tá, moreco?”, me disse ela. “Ok”, respondi. De repente, quando ainda vejo o memorial lá na frente, eis que ela manda eu entrar num retorno. Estranhei, mas, como ela demonstrava saber o que estava fazendo, obedeci. Porém, ao entrarmos ali, achei meio esquisito e falei: “Olha, o Memorial é mais ali na frente, viu?”. “Ah, é? Não é isso aqui, não?”, perguntou ela, já menos sabichona do que há alguns minutos.
Resumo: caminho errado. Tudo bem, fizemos outro retorno e voltamos para o mesmo sentido do Eixo Monumental que estávamos minutos atrás. Dessa vez, acertamos. Contornamos o Memorial e seguimos as placas indicando o caminho do Sudoeste.
“Agora, você vai seguir reto até passar da 302 e ver o supermercado La Palma. É ao lado dele”, ensinou a guia. Fui em frente, passei da placa da quadra 302, mas... cadê o tal do La Palma? Vocês viram? Nem nós!
Entramos no estacionamento de um pequeno shopping e perguntamos a um flanelinha. Ele também não sabia de nada. Saímos dali, rodamos mais um pouco, entramos em outra quadra, subimos e descemos várias vezes. Andamos em círculos e nada da porra do supermercado. “Ué, não to entendendo. O André disse que era aqui”, espantou-se a Vivi, querendo, na verdade, transferir a culpa para o colega de trabalho que elaborou o mapa pra ela. “Mas, Viviane, você não sabe que aqui em Brasília é tudo por quadra, bloco, número? tudo é organizadinho? Porque você não pegou o endereço certo?”, indaguei. Bem, ela desconversou. Muito tempo depois, encontramos o tal lugar. Pegamos a torta e seguimos pra casa. Na garagem do prédio, os últimos preparativos pra surpresa. Enquanto eu segurava o bolo, a Vivi colocava nele as velinhas.
Aí, foi outro problema. Não sei porque ela estava tão inconformada com a profundidade que uma das velinhas atingiu, pois continuou empurrando-a pra baixo. “Ta bom, Viviane, chega”, aconselhei. Ela me ouviu? Não. Continuou empurrando a vela até que a coitada (a vela) quebrou! “Danou-se, e agora? Ta vendo o que você fez?”, eu disse.
Tentamos de tudo. Ou melhor, ela tentou. Derreteu o fundinho da vela pra ver se colava com o pedaço partido. Não deu certo. Tentou fazer uma emenda com um palito de fósforo. Não deu certo. Achou, sabe lá Deus como, um alfinete em sua bolsa e também tentou usá-lo como remendo. E também não deu certo. Desistimos. Disfarçamos, dizendo que era uma brincadeirinha com a idade da minha sogra e deixamos sobre o bolo apenas a velinha com o formato do número um. O número da vela que quebrou, é claro, jamais revelarei.

9 comentários:

Anônimo disse...

Wagner,meu caro. Estou chegando a conclusão que a culpa não é de Vivz... Vc que é meio enroladinho mesmo - e tem mania de botar a culpa no banco do carona. Errava o caminho no Rio, erra em Brasília, só tá faltando errar em Natal tb! Nhã!
Hahahaha.
E parabéns para a sua sogra.
Bjo,
Lu.

Anônimo disse...

Essa sogra dá um trabalho,hein? ;) Te achei pelo blog da Lu. Gostei dos teus textos. Enfim,algo diferente. Saúde! :) Karen. http://www.estranhaparaosintimos.blogger.com.br/

Wagner Vasconcelos disse...

Lulu, esse corporativismo feminino é realmente intransponível! Quer dizer que, apesar de tudo, eu é que ainda sou o culpado??!!! Tudo bem, me perco mesmo no trânsito - principalmente de cidades que não conheço. Mas sou inocente na trapalhada de ontem. (Se bem que, em Natal, sempre me enrolei nas "trigêmeas" Afonso Pena, Campos Sales e Rodrigues Alves...)
Beijão

Karen, minha nova leitora. Obrigado pela visita. Seja bem-vinda a essa comunidade de birutas. Vou correndo matar a curiosidade e ver o seu blog também. Beijo

Anônimo disse...

Afinal, após todo esse périplo, que a Vivi me contou pessoalmente, a sua sogra gostou da surpresa? Eu conheço a torta e sei que é deliciosa... Vai sobrar um pedacinho pra nós? hehehe
Beijo e parabéns a ela.
Lalá

Wagner Vasconcelos disse...

Lalá, que ela gostou da surpresa, gostou. Agora, quanto ao "sobrar bolo"... Me perdõe, mas há, na minha residência, chocólatras de carteirinha - e eu sou o presidente da "associação". Minha sogra é a tesoureira.
Mas, como vc está nesse "estado interessante", basta pedir que eu faço um sacrifício e economizo uma das fatias a que terei direito e a remeto pra vc, ok?
Beijos
P.S: Vc já está tendo desejos???

Anônimo disse...

Graças a Deus, nenhum desejo! Meu bebê é bem obediente: pedi que não tivesse desejos, porque não posso engordar mais que o necessário.
Mas não se sacrifique por causa de 1 fatia a menos no bolo - não sou chocólatra, mas entendo perfeitamente quem o é. Abro mão da torta para não causar crises de abstinência...
Beijo.

Wagner Vasconcelos disse...

Vc é um espírito de luz, Lalá!!! (rs)

Beijão

Anônimo disse...

Adorei a surpresa, mas engraçado mesmo foi a quebra da vela, que rendeu uma ótima história para o blog do meu genro e rejuvenesci muitos anos. Beijos da "Sogruska".

Anônimo disse...

Pois é, Luciana, a culpa é sempre minha...Como diz o Bulha, "sou mole mesmo". Beijos, Vi.